Na vanguarda da arquitetura contemporânea, a estética cede espaço à responsabilidade de forjar conexões inclusivas. Sendo assim, introduzir o conceito de Design Universal é trilhar um caminho que culmina na criação de espaços que transcendem barreiras físicas e promovem a integração autêntica.
Diante da estatística notável, oferecida pelo IBGE, de uma população brasileira com deficiência que ultrapassa os 18 milhões de pessoas, urge uma conscientização profunda entre os arquitetos.
Com este artigo, aspiramos a guiar arquitetos a tecerem o elo tangível entre forma e funcionalidade. Temos o objetivo de pavimentar um percurso onde a acessibilidade e a inclusão são a pedra fundamental. Vem com a gente!
O que é Design Universal?
O Design Universal, concebido pelo arquiteto Ronald L. Mace em 1980, revolucionou a abordagem tradicional do design. Esse enfoque pioneiro busca engendrar soluções que sejam acessíveis e usáveis por todas as pessoas, sem a necessidade de adaptações posteriores.
O cerne do Design Universal reside na meticulosa consideração de cada estágio do processo de design, desde sua concepção até a produção e uso final.
Ao forjar espaços, produtos, serviços e tecnologias que são intrinsecamente inclusivos, essa abordagem promove a inclusão social, derruba barreiras, e fomenta uma sociedade mais equitativa.
Além disso, ao atender às necessidades de diversos usuários desde o início, o Design Universal contribui para a criação de soluções mais econômicas, fáceis de usar e de manter.
7 Princípios do Design Universal na Arquitetura
Os princípios do Design Universal na Arquitetura são diretrizes fundamentais que orientam a criação de espaços acessíveis e inclusivos.
Cada princípio é concebido para eliminar barreiras e garantir que o ambiente construído seja utilizável e acolhedor para todas as pessoas, independentemente de suas características individuais.
A seguir, conheça cada um dos 7 princípios do Design Universal na Arquitetura:
1. Equidade
O princípio da equidade no Design Universal busca promover a igualdade de oportunidades e acesso para todas as pessoas.
Isso significa que o ambiente deve ser projetado de forma a garantir que todos tenham a mesma capacidade de participar, interagir e usufruir dos espaços e serviços oferecidos.
2. Flexibilidade
A flexibilidade de uso é a capacidade de um ambiente ou produto se adaptar a diferentes necessidades e habilidades.
Espaços arquitetônicos devem ser projetados de maneira acomodar uma ampla gama de preferências e capacidades.
Em suma, deve-se permitir que diferentes pessoas utilizem o espaço de maneiras variadas.
3. Simplicidade
O princípio da simplicidade enfatiza a importância de evitar complexidade desnecessária.
O design deve ser claro, direto e fácil de entender, minimizando a confusão e eliminando obstáculos que possam dificultar a interação dos usuários com o ambiente.
4. Informação perceptível
Esse princípio se concentra em garantir que a informação apresentada no ambiente seja facilmente perceptível por todos os usuários.
Isso inclui elementos visuais, sonoros ou táteis que transmitam informações de maneira clara e eficaz, para que todos possam compreender e se orientar.
5. Tolerância a erros
O design deve ser capaz de acomodar erros ou ações não intencionais por parte dos usuários, sem que isso resulte em consequências graves.
De tal maneira, busca-se reduzir o risco de acidentes e contribui para um ambiente seguro e acolhedor.
6. Baixo esforço físico
Os espaços arquitetônicos devem ser projetados para minimizar o esforço físico necessário para utilizá-los.
Isso inclui a redução da necessidade de força ou esforço excessivo para acessar e utilizar diferentes partes do ambiente.
7. Acesso e uso
O princípio de acesso e uso diz respeito à criação de espaços que possam ser prontamente acessados e usados por todas as pessoas, independentemente de suas capacidades físicas ou cognitivas.
Deve-se promover a eliminação de barreiras arquitetônicas e garantir que todas as áreas sejam facilmente acessíveis.
Estratégias de Arquitetura e Design de Interiores para tornar os ambientes mais acessíveis e inclusivos
Para tornar os ambientes mais acessíveis e inclusivos por meio da Arquitetura e do Design de Interiores, é essencial considerar uma variedade de necessidades e habilidades dos usuários.
Elencamos algumas estratégias de Design Universal que podem ser aplicadas na sua rotina como arquiteto ou designer de interiores. Veja, abaixo:
Planejamento espacial inteligente
Organize o espaço de forma a garantir fluxos de circulação claros e amplos. A ideia é garantir a movimentação de cadeiras de rodas, carrinhos de bebê e pessoas com mobilidade reduzida.
Também evite obstáculos desnecessários e considere a disposição de mobiliário e elementos de maneira a proporcionar espaços de manobra adequados.
Sinalização clara
Utilize sinalização visual, tátil e sonora para orientar os usuários e transmitir informações importantes, como direções, localização de saídas e serviços disponíveis.
A sinalização deve ser legível, contrastante e posicionada em alturas acessíveis.
Adaptação de altura
Considere diferentes alturas de superfície, como balcões, pias e mesas, para atender a diversas estaturas e necessidades de alcance.
Isso é especialmente importante em áreas como cozinhas, banheiros e espaços de trabalho.
Iluminação adequada
Garanta uma iluminação uniforme e adequada em todo o ambiente. Evite contrastes excessivos de luz e sombra, o que pode dificultar a visibilidade.
Ofereça opções de iluminação ajustável para atender às preferências individuais.
Materiais e texturas
Escolha materiais de revestimento que sejam seguros, antiderrapantes e confortáveis para caminhar ou usar cadeiras de rodas.
Utilize texturas táteis para orientar pessoas com deficiência visual e criar áreas distintas.
Banheiros acessíveis
Projete banheiros espaçosos e equipados com barras de apoio, lavatórios acessíveis, espelhos inclinados etc.
Mobiliário inclusivo
Selecione mobiliário que seja ergonômico e de fácil acesso. Opte por peças ajustáveis em altura e com características que acomodem confortavelmente diferentes corpos.
Comunicação visual
Utilize elementos visuais, como cores contrastantes, ícones e pictogramas, para transmitir informações de maneira clara e eficaz.
Isso é especialmente importante para pessoas com deficiência cognitiva ou linguagem limitada.
Ao implementar essas estratégias, você projetar ambientes que sejam verdadeiramente inclusivos e acessíveis. Isso é especialmente necessário em escolas, hospitais, empresas, lojas e outros ambientes com grande circulação de pessoas.
Promova a participação plena e igualitária de todas as pessoas, independentemente de suas capacidades, por meio do Design Universal. Faça a sua parte para um mundo mais inclusivo e destaque-se na carreira profissional.
Fique com a gente e leia agora o nosso conteúdo que fala sobre como utilizar a inteligência artificial em projetos de Arquitetura.